Caratateua Viva! revela a força do turismo comunitário na Ilha de Outeiro
Portal Viggo acompanhou o roteiro com exclusividade
Crédito: Caratateua Viva A maré sobe, o tambor chama e o café de cuia perfuma o pátio. Assim começa o Caratateua Viva!, um roteiro de Turismo de Base Comunitária criado pelos moradores da Ilha de Outeiro, a poucos minutos do centro de Belém. Em 12 vivências conduzidas por empreendedores locais, o visitante é recebido com café da manhã ribeirinho e carimbó pau & corda, embarca em passeios de canoa pelos igarapés, participa da colheita do açaí, aprende na oficina de cerâmica, experimenta sabores de quintal e escuta histórias de fé contadas por mestres e mestras que transformam o cotidiano em cultura. Em um dia inteiro de imersão, o roteiro revela uma Amazônia urbana e ribeirinha que pulsa arte, natureza e ancestralidade, um convite para viver Belém por dentro, de forma afetiva e sustentável.
O projeto é uma realização do Sebrae Nacional, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Prefeitura de Belém, por meio da SEMCULT, no âmbito do programa Turismo Futuro do Brasil (TFB). A ação será apresentada ao público durante a COP30, celebrando a ilha como um território de cultura, natureza e memória viva.
O Portal Viggo acompanhou o roteiro com exclusividade, registrando cada momento da imersão e o protagonismo dos moradores que fazem da ilha um exemplo de turismo sustentável e criativo.
O Turismo de Base Comunitária fortalece os territórios, gera renda, reconhece saberes e preserva modos de vida. Em Caratateua, ele nasce do protagonismo dos próprios moradores, que planejam, recebem e conduzem as experiências, transformando casas, terreiros e ateliês em espaços de encontro e aprendizado.
O famtour de lançamento do projeto percorreu a ilha durante todo o dia, entre 8h e 18h. A travessia começou com recepção do Grupo Parafolclórico Tucuxi e Regional Jurupari, em roda de carimbó e café comunitário na Praia da Brasília, seguida das falas de boas-vindas de André Jordani e Tainah Fagundes, consultores do Programa TFB, que apresentaram o conceito da rota.
Depois, os visitantes vivenciaram a tradição ceramista da ilha na Cerâmica São João, em uma atividade guiada por Mestre João e Mestra Sinéia, moldando pequenas peças simbólicas e conhecendo o ofício ancestral do barro.
A programação seguiu para a Casa de Mariana, onde Mãe Sandra recebeu os convidados para uma conversa sobre ancestralidade, religiosidade afro-amazônica e o papel das mulheres nessa guiança.
No Chalé Sítio de Maré, o turno da manhã encerrou-se com uma vivência agroecológica e gastronômica: os visitantes acompanharam a coleta do açaí no quintal produtivo, debulharam e degustaram o fruto fresco no ambiente bucólico do sítio. O almoço amazônico foi servido ali mesmo, ao som do Regional Jurupari, com cardápio de peixe frito com açaí e doces artesanais, além de exposição e degustação de produtos locais como JS Drinks, Gengibirra Lis da Mata e Delícias da Naza.
À tarde, o roteiro seguiu com atividades culturais na Biblioteca Tralhoto e no Boi Misterioso, com exposição de tambores conduzida por Don Perna, do coletivo Casa Preta, e apresentação do Mestre Apollo. O encerramento ficou por conta dos Pássaros Juninos, na Associação Cultural Colibri, reunindo os grupos Colibri, Tem-Tem, Pipira da Água Boa e Monturo do Urubu do Fidélis, com exposição de figurinos e feira de artesanato.
“No pássaro precisamos de, no mínimo, 35 brincantes. Por isso abrimos inscrições para a comunidade. Nosso público é geral, a brincadeira envolve toda a família, crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos”, explica a professora Inaiá Paes.
Os 12 destinos do roteiro
O Caratateua Viva! reúne 12 espaços de cultura viva, fé e criação. Cada ponto representa um modo de existir e resistir na Amazônia.
• Grupo Parafolclórico Tucuxi e Regional Jurupari – Oficinas e apresentações de carimbó, xote e lundu que formam jovens artistas e mantêm viva a tradição folclórica da ilha.
• Casa de Mariana (Mãe Sandra) – Terreiro de fé e acolhimento, onde a espiritualidade afro-brasileira se entrelaça à vida comunitária em rituais e ações sociais.
• Cerâmica São João (Mestre João) – Ateliê tradicional onde o barro vira arte e memória, em vivências que revelam a ancestralidade oleira de Caratateua.
• Atelier Cerâmico (Mestra Sinéia) – Espaço criativo que preserva a cerâmica amazônica com as argilas coloridas da ilha e o legado das mestras de Icoaraci.
• Chalé Sítio de Maré (Rose e Elivaldo) – Vivência agroecológica e gastronômica entre mangues e sabores, celebrando a hospitalidade ribeirinha.
• Terreiro Inzo Mukongo (Tatetu Kalité) – Casa de tradição bantu angola que cultiva ancestralidade e promove formação cultural e espiritual aberta à comunidade.
• Biblioteca Tralhoto e Boi Misterioso (Mestre Apollo) – Espaço que une leitura, boi-bumbá e cultura popular, com oficinas e apresentações que fortalecem o imaginário coletivo.
• Casa Preta (Don Perna) – Quilombo urbano de arte negra e tecnologias livres, que promove criação, reflexão e pertencimento sobre a afrodiáspora.
• Monturo do Urubu (Cordão do Urubu) – Quintal comunitário que vira palco de resistência cultural e social em festas e ensaios juninos.
• Cordão de Pássaro Tem-Tem (Profª Inaiá Paes) – Grupo junino tradicional que encena lendas amazônicas com teatro, música e figurinos vibrantes.
• Associação Cultural Colibri (Mestra Laurene) – Um dos cordões mais antigos da região, símbolo de beleza e continuidade da arte popular.
• Cerâmica Reis (Luiz Gonzaga) – Ateliê familiar que transforma barro em peças utilitárias e esculturas, preservando técnicas ancestrais da cerâmica amazônica.
Serviço
📍 Local: Ilha de Caratateua, Belém (PA)
⏱️ Duração: 1 dia (7 horas de vivências)
👥 Grupos: até 15 pessoas
☕ Inclui: transporte e café da manhã
🍽️ Almoço comunitário: com preços acessíveis
📲 Agendamentos: @caratateuaviva
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