“Habitar a Floresta” reúne projetos arquitetônicos construídos com saberes ancestrais
Centro Cultural Banco da Amazônia apresenta uma imersão na arquitetura sustentável, a partir de 30 de outubro, em Belém
Foto: Léo Finotti O Centro Cultural Banco da Amazônia apresenta, de 30 de outubro a 30 de dezembro de 2025, a exposição “Habitar a Floresta”, com curadoria dos arquitetos Marcelo Rosenbaum e Fernando Serapião. A mostra reúne 13 projetos arquitetônicos realizados em colaboração com povos originários, comunidades ribeirinhas e quilombolas na Amazônia brasileira e de outros territórios latino-americanos, como Peru e Equador. A exposição é patrocinada pelo Banco da Amazônia e pelo Governo Federal e integra a programação oficial da COP30 – a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.
“Habitar a Floresta” apresenta um panorama de construções notáveis na Amazônia e em outras regiões de floresta tropical, cuja característica comum é colaborar para a manutenção da biodiversidade, em harmonia com as comunidades locais”, informou Fernando Serapião. “Outro ponto de união entre as obras é o uso de materiais sustentáveis e a cocriação dos projetos, desenvolvidos em processos participativos e oficinas comunitárias”, destacou.
Com projeto expográfico inovador, que utiliza materiais e tecnologias sustentáveis, a exposição apresenta aos visitantes – por meio de painéis de texto, vídeos, desenhos, fotografias e maquetes – projetos arquitetônicos que evidenciam o diálogo com os saberes tradicionais, valorizando a sociobiodiversidade e propondo novas formas de habitar a floresta.
Cada painel evidencia as características e o processo de idealização, escuta e execução dos projetos. O propósito é realizar um letramento dos saberes ancestrais e da resiliência dessa forma de viver e construir na floresta para todos os visitantes. Com a participação dos turistas e das delegações da COP30, essa mensagem será difundida ao mundo inteiro – que o ato de construir pode ser também um gesto de reconexão entre o humano e a floresta.
Dois projetos foram desenvolvidos no Pará: o Centro Experimental Dois projetos foram desenvolvidos no Pará: o Centro Experimental Floresta Ativa, na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, na região de Santarém; e Carpinteiros da Amazônia, na ilha do Murutucu, em Belém. A exposição ainda terá a exibição de quatro vídeos sobre a relação entre arquitetura, cultura e meio ambiente: “Terra Preta”, do SescTV Acervo Sesc São Paulo; “Aldeia Sagrada Yawanawa”, da Mira Filmes; “Construindo na Floresta”, do Acervo Rosenbaum; e “Carpinteiros da Amazônia”, do Acervo Guá Arquitetura.
“Habitar a Floresta” abre a Galeria 2 do Centro Cultural Banco da Amazônia. Para atender todos os públicos, serão disponibilizados vídeos em libras e caderno em braile com os textos da exposição.
O Centro Cultural
Inaugurado neste mês de outubro com a exposição "Mandela, Ícone Mundial de Reconciliação", o Centro Cultural Banco da Amazônia é o primeiro equipamento cultural da região amazônica vinculado a uma instituição financeira de economia mista do Governo Federal. São quatro mil metros quadrados adaptados para o funcionamento de três galerias, biblioteca, minilab de inteligência artificial, seis salas de oficina, restaurante e café.
Com um investimento de R$ 30 milhões de reais, o Centro Cultural Banco da Amazônia nasce como um dos mais bem equipados espaços para a divulgação da produção artística da Amazônia e do Brasil, assinalou o presidente Luiz Lessa. “A cultura da região amazônica é muito forte e precisa ser conhecida no mundo inteiro. O Centro Cultural coloca Belém na rota do turismo internacional”, afirmou.
Os curadores
Fernando Serapião é editor, crítico de arquitetura, consultor e curador. Fundador da Editora Monolito, premiada na 10ª Bienal Iberoamericana de Arquitetura e Urbanismo e no Prêmio de Design do Museu da Casa Brasileira, tem trajetória marcada por exposições que refletem a diversidade da produção arquitetônica latino-americana. Desde 2023, dirige o departamento editorial da Casa da Arquitectura, em Portugal.
Marcelo Rosenbaum é professor Honoris Causa de Arquitetura pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo e fundador do Instituto A Gente Transforma, com atuação em todos os biomas brasileiros. Seu trabalho se ancora na valorização da sociobiodiversidade e no design como ferramenta de transformação social, em diálogo com povos indígenas como os Kayapó, Tremembé e Yawanawá.
A mostra é realizada pela produtora cultural L3PS, com sede em São Paulo, e conta com a colaboração de parceiros como Sesc TV, detentor dos direitos do filme “Terra Preta”, e dos escritórios de arquitetura que integram a exposição.
SERVIÇO
Exposição: “Habitar a Floresta” – curadoria de Marcelo Rosenbaum e Fernando Serapião.
Período: 30 de outubro a 30 de dezembro de 2025.
Local: Centro Cultural Banco da Amazônia – Galeria 2.
Avenida Presidente Vargas, 800 – Campina – Belém, PA.
Horário de funcionamento




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